domingo, 3 de março de 2013

O ambiente (parte 1)

Para quem nunca foi a um festival europeu – era o meu caso –, a comparação com a estrutura média de shows underground no Brasil provoca um choque imediato. Nada de atraso, som ruim ou barraquinhas vendendo os mesmos CDs óbvios. O negócio lá é puta profissional. Para começo de conversa a produção alugou um clube famoso localizado na antiga Berlim Oriental, o Fritzclub. O lugar, ao que deu para sacar, é uma antiga fábrica, que foi adaptada com sucesso para servir de boate e casa de shows. Fiquei num ótimo hotel a trezentos metros do clube. Hoje, com a internet, é possível planejar tudo! Na entrada da casa tem uma chapelaria e você já pode deixar lá os seus casacões (fazia uns oito graus na rua). Mais importante, pode deixar lá também as bugigangas que comprar no metal market do festival. Sim, porque ir num festival desses e não comprar nada é impossível. A quantidade e qualidade do material disponível é de ficar perplexo. Pilhas e mais pilhas de vinis, eps, pictures, demos, boxes especiais, zines, camisas e, claro, um dilúvio de CDs. Em uns quinze minutos eu já tinha gastado quinhentos euros! Os europeus são muito privilegiados nesse aspecto. Além dos próprios shows, têm acesso fácil a um monte de material raro, sem custo de frete nem o perigo de ter de pagar o extorsivo imposto de importação brasileiro de sessenta por cento. A única decepção foram os preços. Em lojas online certos itens estavam mais baratos do que os praticados no metal market do festival. Vale notar que o pessoal compra mesmo, não fica só olhando. O que rola de grana num evento desses não é brincadeira.
 
Na frente do Fritzclub
 

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