quarta-feira, 17 de julho de 2013

parte 2

1) Como foi o desafio de fazer o “Brazilian Ritual”?

Eduardo Beherit – “Infelizmente, promover festivais aqui no Brasil é muito caro e trabalhoso. Gasta-se muito dinheiro. Quando eu trouxe o Tyrant’s Blood (do Canadá), na primeira edição do ‘Brazilian Ritual’, o ‘First Attack’, tive um prejuízo enorme. Também estou tendo prejuízo agora, com o ‘Second Attack’. Mas é normal. Nunca viso a ganhar nada, nem um centavo.”

2) O que você espera alcançar com o festival? Qual seu objetivo?

Eduardo Beherit – “Fazia já uns quinze anos que eu queria trazer para o Brasil certas bandas internacionais. Bandas que defendem lá fora a cena black metal com bravura. Conheço os caras do Black Witchery há vinte e cinco anos. Eles sempre tiveram vontade de tocar no Brasil, de conhecer bandas como o Sarcófago. Trazê-los para cá é uma tentativa de recuperar aquela união black metal que tínhamos lá por 1988/89. Éramos muito mais unidos. Hoje vejo muita banda brigando por diferentes ideologias. Estou dando minha contribuição para tornar a cena black metal brasileira, principalmente a de São Paulo, que é muito forte, mais unida. É para isso que tenho trazido essas bandas de fora, que são grandes influências de bandas brasileiras, tanto mais antigas como mais novas. Quero mostrar a força da nossa cena e tentar reanimar a união black metal que tínhamos há vinte, vinte e cinco anos, e que hoje não temos mais. Enquanto eu puder, vou continuar com meu projeto, para fortalecer essa união em São Paulo e mostrar que o Brasil ainda é o país do black metal.”

3) Como você vê a reação do público? É positiva?

Eduardo Beherit – “Muitos dizem que eu luto por uma causa perdida. Mas, na verdade, acho que está dando certo. Muita gente que tem inimizade recíproca estará presente aqui, hoje, nos shows e todos garantiram que não haverá confusão, que respeitarão o evento. Fazer um som underground em São Paulo é muito difícil. Tem muita gente radical e metida em treta. Para mim, esse negócio de treta, de querer ser melhor do que os outros, é passado. Temos de nos unir de novo e mostrar para o Brasil a força que a gente tem. Essa é a mensagem do ‘Brazilian Ritual’.”

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